Dengue explode no Brasil, com 217 mil casos e 15 mortes só em janeiro

O Brasil registrou 217.841 mil casos de dengue só nas primeiras quatro semanas de 2024, mostram os dados atualizados pelo Ministério da Saúde, nesta terça-feira (30). O índice é cinco vezes maior que as notificações registradas do mesmo período em 2023, que foi de 44.752 casos. 

O painel de monitoramento de arboviroses do governo também contabilizou 15 óbitos em decorrência da doença neste ano, mas há outras 149 mortes em investigação. A situação levou o Distrito Federal, além dos estados de Minas Gerais e Acre, a decretarem estado de emergência em saúde pública.

O mosquito Aedes aegypti é transmissor de todas as arboviroses que atualmente circulam no país, como a Dengue, Chikungunya e Zika. Segundo o Ministério da Saúde, a dengue é a arbovirose urbana mais prevalente no Brasil, transmitida pela picada da fêmea do mosquito.

A pasta relaciona o aumento de casos da doença a fatores climáticos, como o calor excessivo e chuvas intensas efeitos do El Niño, além do ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus no Brasil. Isso porque o verão contribui para o aumento da população do mosquito, que pode usar como criadouros espaços com água parada, desde caixas d’água até vasos de planta.

Calor e muita chuva intermitente são a combinação principal para a dengue. Por culpa, de certa maneira, do El Niño. O Aedes aegyptise reproduz mais rápido e vive mais quanto mais elevada é a temperatura. A situação é essa. Ele vive mais e se multiplica mais“, explicou o infectologista Antonio Carlos Bandeira, em entrevista à Agência Brasil.

Ressurgimento do sorotipo 3 da dengue no país

O sorotipo 3 da dengue não circulava de forma epidêmica há mais de 15 anos no Brasil, mas voltou a preocupar, alertou Bandeira, que descobriu a chegada do vírus Zika ao país em 2015.

O sorotipo 3 realmente preocupa porque é mais um sorotipo para causar a doença. Por outro lado, pode ser que ele não seja dominante na maior parte dos estados do Brasil. O que a gente está vendo hoje é que os sorotipos 1 e 2 estão fazendo uma grande quantidade de notificação no Brasil como um todo“, explicou.

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